sábado, 13 de agosto de 2011

Políticas sociais são bem avaliadas pela população, ao contrário de saúde, impostos, segurança e juros

Fonte: Agência Brasil (10/08)
As áreas mais bem avaliadas do governo Dilma Rousseff, de acordo com a 
pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) em parceria com o 
Ibope, são as de combate à fome e à pobreza. Saúde, impostos e 
segurança pública foram as áreas que receberam as piores avaliações. 
No entanto, o que chamou mais a atenção dos pesquisadores foi a queda 
da aprovação à política de juros, de 43% para 29%, na comparação entre 
as pesquisas de março e julho.
"A confiança no governo Dilma permanece muito elevada, principalmente 
nas áreas de combate à pobreza, meio ambiente e combate ao 
desemprego", disse o gerente executivo de Política Econômica da CNI, 
Flávio Castelo Branco, durante a divulgação da pesquisa, hoje (10), em 
Brasília.
"O curioso foi notar que o grupo que mais aprova as políticas de 
combate à fome e à pobreza não são os beneficiados, mas os que têm 
renda familiar superior a dez salários mínimos. A aprovação atinge 66% 
desse grupo. É aprovada também por 62% das pessoas com renda familiar 
de até um salário mínimo e por 58% das pessoas com renda familiar 
entre um e dois mínimos", acrescentou.
As políticas de combate ao desemprego "permanecem em alta", segundo a 
CNI, com 49% de aprovação, apesar da queda de 9 pontos percentuais 
desde março, quando foi feita a primiera songagem de opinião sobre o 
governo Dilma. Já as políticas de meio ambiente mantiveram o índice de 
aprovação praticamente estável, se for levada em consideração a margem 
de erro da pesquisa, que é de 2 pontos percentuais. A aprovação caiu 
de 54% para 52%. Essa política foi mais bem avaliada nas pequenas 
cidades e na faixa de população mais jovem.
A mudança mais significativa se deu em relação à política de juros, 
cuja desaprovação subiu para 63%. Na pesquisa anterior, os índices de 
aprovação e desaprovação estavam empatados (43%). "Provavelmente, por 
causa do ciclo de alta dos juros, isso mudou consideravelmente. Agora, 
o nível de desaprovação deu um salto de 20 pontos percentuais, 
chegando a 63%, enquanto a aprovação das políticas de juros caiu para 
29%", explicou o economista
Segundo ele, as classes com renda mais elevada são as que mais 
desaprovam a política de juros altos do governo: 71% das pessoas com 
renda familiar entre cinco e dez salários mínimos e 66% dos 
entrevistados com renda superior a dez mínimos. A desaprovação da 
política de juros atinge também 71% das pessoas com formação de nível 
superior.
"A má avaliação das áreas de saúde, impostos e segurança pública não 
nos impressiona porque são áreas historicamente mal avaliadas", disse 
Castelo Branco. De acordo com a pesquisa, a saúde teve aval bastante 
negativo (69%), empatando com tributos e impostos em termos de 
insatisfação.
"As pessoas perceberam que houve aumento da inflação e isso refletiu 
na pesquisa. A desaprovação da política de combate à inflação é mais 
elevada entre as mulheres [58% contra 54% entre os homens] que, em 
geral, são responsáveis pelas compras da família e, com isso, melhor 
percebem a situação", disse o economista.
No primeiro levantamento sobre o governo Dilma, 42% dos entrevistados 
desaprovavam a política de combate à inflação. Em julho, esse índice 
subiu para 56%. A aprovação caiu de 48% para 38%.
A avaliação sobre a educação no país também mostrou inversão. Antes, 
52% aprovavam, contra desaprovação de 45%. Na pesquisa divulgada hoje, 
a relação se inverteu. A aprovação caiu para 43% aprova enquanto 52% 
desaprovam. "Quem está mais preocupado são os pais de famílias [57% 
das pessoas com idade entre 30 e 49 anos desaprovam] e os com maior 
renda [66% dos que recebem mais de dez salários mínimos] e 
escolaridade [64% dos que possuem nível superior]", disse Castelo 
Branco.
O economista, no entanto, credita o aumento dos índices relativos às 
expectativas negativas ao fato de ter diminuído o percentual de 
pessoas que não respondiam ou não se viam em condições de responder as 
perguntas da pesquisa. "O aumento na avaliação negativa está mais 
relacionado à diminuição do conjunto de pessoas que não haviam 
declarado opinião no levantamento de março, do que à perda de 
avaliações positivas".
Segundo o economista, os resultados refletem uma tendência normal de 
avaliação de um governo que começou há pouco tenpo. "O eleito inicia o 
ano com popularidade muito associada à vitória eleitoral. Com o tempo, 
essa empolgação tende a diminuir".

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