segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Lotado, hospital corta atendimento a pacientes do SUS

Pronto-Socorro do Santa Marcelina em Itaquera passa a aceitar apenas pessoas que tenham plano de saúde

Cartazes dizem que lotação levou ao corte do serviço; funcionária pede R$ 200 para fazer atendimento a menina

Fonte: Folha de São Paulo
Rafael Italiani

DO "AGORA"
O pronto-socorro do Hospital Santa Marcelina que atendia pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), em Itaquera, zona leste de São Paulo, está fechado desde anteontem. Cartazes e faixas informam que, por superlotação, a unidade fechará por tempo indeterminado.
Apenas o pronto-socorro que recebe pacientes com planos de saúde continua funcionando normalmente.
Já na parte destinada ao SUS foram colocadas cadeiras para bloquear a entrada. Segundo o hospital, o pronto-socorro fazia cerca de 30 mil atendimentos por mês.
De acordo com funcionários, emergências pelo SUS são atendidas após uma triagem, que avalia a gravidade de cada caso -na entrada, porém, não havia ninguém para informar os pacientes.
A entidade filantrópica Santa Marcelina também gerencia Unidades Básicas de Saúde da prefeitura -atua em bairros da zona leste e Cajamar, na Grande São Paulo.
"Isso é caso de polícia", afirmou a dona de casa Almerinda Vieira Sampaio, 38, que levava no colo a filha de dois anos que havia sofrido convulsão durante a noite.
Segundo ela, uma funcionária disse que, para a menina conseguir a consulta, teria de pagar R$ 200. Almerinda levou a filha até uma unidade de pronto-atendimento em São Mateus (zona leste), onde a criança foi atendida.
Em abril, o hospital já sofria com superlotação, mas não havia placas informando a situação ou cadeiras bloqueando a entrada. Panfletos eram entregues aos pacientes com endereços de unidades de saúde próximas.

OUTRO LADO

Santa Marcelina lamenta e diz que não há vagas


DO "AGORA"

Em nota, o Hospital Santa Marcelina lamentou a situação e disse que a unidade encontra-se com dificuldade no fluxo de vagas, em razão da alta demanda de casos graves, com risco de morte.
O hospital reiterou que o fechamento por tempo indeterminado se deve à superlotação. Informou ainda que existe deficiência de equipamentos e espaço, mas que o atendimento ambulatorial funciona normalmente.
A Secretaria Municipal da Saúde disse que a população da região pode recorrer aos hospitais Alípio Correa Neto (em Ermelino Matarazzo), Waldomiro de Paula (Itaquera) e Tide Setúbal (São Miguel Paulista), além da AMA (ambulatório da prefeitura) de Ermelino Matarazzo.


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