domingo, 30 de outubro de 2011

Pré-Congresso de Saúde Pública da Baixada Santista - Carta da Baixada Santista


PRÉ- CONGRESSO DE SAÚDE PÚBLICA DA BAIXADA SANTISTA
25 e 26 de agosto de 2011
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Local: Universidade Federal de São Paulo – Campus da Baixada Santista
Saúde e Direitos – produção de práticas e conhecimentos
CARTA DA BAIXADA SANTISTA
A Carta da Baixada Santista reflete pontos destacados no Pré- Congresso de Saúde Pública da Baixada Santista, realizado em Santos, nos dias 25 e 26 de agosto de 2011, que antecedeu o XII Congresso Paulista de Saúde Pública. Este documento tem a finalidade de apresentar os resultados das discussões e encaminhamentos decorrentes desse fórum.
O evento teve como tema central “Saúde e Direitos – produção de práticas e conhecimentos” e contou com a participação de cerca de 150 docentes e pesquisadores da Unifesp e da Unisantos, gestores e trabalhadores da saúde das secretarias municipais da região e da Direção Regional de Saúde da Baixada Santista (DRS IV), alunos de graduação, pós-graduação e residência multiprofissional. Após a conferência de abertura, "Saúde e direitos: produção de práticas e conhecimentos", proferida pela Profa Amélia Cohn, seguiram-se as discussões em grupos de quatro temáticas: a) a produção do conhecimento interdisciplinar na formação em saúde; b) a relação universidade / serviços na consolidação do SUS; c) o desafio da construção de redes de atenção e tradução das macropolíticas no cotidiano do cuidado; d) experiências inovadoras na construção do conhecimento e de práticas.
Reafirmamos nessas reflexões a importância da interdisciplinaridade; da cooperação entre universidades e serviços na produção de conhecimento vinculado às práticas; da formação interdisciplinar para um olhar mais integral sobre os sujeitos e seus contextos.
Reiteramos a responsabilização mútua, universidades e serviços, pela formação de alunos e de profissionais de saúde; e as necessidades de saúde da população de um dado território como a base comum que os une.
Neste sentido, para que haja uma relação mais orgânica faz-se necessário a construção de espaços de troca e intercâmbio entre os dois cenários. Foi ressaltado o potencial dos serviços como espaços de formação e construção de conhecimento; da necessidade de institucionalização nos serviços de espaços e tempo para reflexão e discussão sobre as questões relacionadas à saúde; do diálogo entre universidades, serviços e comunidade na busca de respostas às necessidades de saúde.
Reafirmamos a importância de criar mecanismos que potencializem as redes de atenção voltadas à assistência integral e contínua, incluindo a relação entre a rede  de saúde mental e atenção básica; dos profissionais compreenderam a configuração das redes em seus diferentes níveis; da formação e preparação profissional, considerando-se as necessidades e o perfil dos profissionais para a atuação nas redes.
Visando à construção das redes, propomos a criação de Núcleos de Educação Permanente nos serviços; a formação de docentes em serviços; aproximação dos estudantes das práticas em serviços; a formação interdisciplinar promovendo a aproximação com as práticas em serviço visando à construção da clínica ampliada; políticas para manutenção e fixação das equipes nos serviços e consolidação dos fluxos assistenciais; articulação da atenção à saúde junto às redes de proteção sociais.
Reiteramos a importância da relação entre universidades e serviços, alertando para a necessidade de retomar a participação dos diferentes segmentos nas instâncias de representação social na saúde e de politizar as discussões e as ações no campo da saúde.
Como proposta para encaminhamento definiu-se a constituição de um Fórum Permanente de Saúde, que será realizado em diferentes municípios da Baixada, sendo que o primeiro encontro ocorrerá no dia 16 de dezembro de 2011 no município de Cubatão, com o tema: Construindo redes: saúde mental e atenção básica.
Ao explicitar e debater as várias perspectivas envolvidas na relação ensino/serviço reforçamos, finalmente, nosso compromisso social para com a população de nossa região e pelo desenvolvimento de mecanismos visando assegurar práticas qualificadas e a produção e difusão democrática do conhecimento científico que reafirmem a saúde como um direito e conquista para a cidadania.  

Santos, agosto de 2011.

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