PRÉ- CONGRESSO DE SAÚDE PÚBLICA DA BAIXADA SANTISTA
25 e 26 de agosto de 2011
________________________________________________
Local: Universidade Federal de São Paulo – Campus da
Baixada Santista
Saúde e Direitos – produção de práticas e
conhecimentos
CARTA DA BAIXADA SANTISTA
A Carta da
Baixada Santista reflete pontos destacados no Pré- Congresso de Saúde
Pública da Baixada Santista, realizado
em Santos, nos dias 25 e 26 de agosto de 2011, que antecedeu o XII Congresso
Paulista de Saúde Pública. Este documento tem a finalidade de apresentar os
resultados das discussões e encaminhamentos decorrentes desse fórum.
O evento teve como tema central “Saúde e Direitos
– produção de práticas e conhecimentos” e contou com a participação de
cerca de 150 docentes e pesquisadores da Unifesp e da Unisantos, gestores
e trabalhadores da saúde das secretarias municipais da região e da Direção
Regional de Saúde da Baixada Santista (DRS IV), alunos de graduação,
pós-graduação e residência multiprofissional. Após a conferência de abertura,
"Saúde e direitos: produção de práticas e conhecimentos", proferida
pela Profa Amélia Cohn, seguiram-se as discussões em grupos de quatro
temáticas: a) a produção do conhecimento interdisciplinar na formação em saúde;
b) a relação universidade / serviços na consolidação do SUS; c) o desafio da
construção de redes de atenção e tradução das macropolíticas no cotidiano do
cuidado; d) experiências inovadoras na construção do conhecimento e de
práticas.
Reafirmamos nessas reflexões a importância da
interdisciplinaridade; da cooperação entre universidades e serviços na produção
de conhecimento vinculado às práticas; da formação interdisciplinar para um
olhar mais integral sobre os sujeitos e seus contextos.
Reiteramos a responsabilização mútua, universidades
e serviços, pela formação de alunos e de profissionais de saúde; e as
necessidades de saúde da população de um dado território como a base comum que
os une.
Neste sentido, para que haja uma relação mais
orgânica faz-se necessário a construção de espaços de troca e intercâmbio entre
os dois cenários. Foi ressaltado o potencial dos serviços como espaços de
formação e construção de conhecimento; da necessidade de institucionalização
nos serviços de espaços e tempo para reflexão e discussão sobre as questões
relacionadas à saúde; do diálogo entre universidades, serviços e comunidade na
busca de respostas às necessidades de saúde.
Reafirmamos a importância de criar mecanismos que
potencializem as redes de atenção voltadas à assistência integral e contínua,
incluindo a relação entre a rede de
saúde mental e atenção básica; dos profissionais compreenderam a configuração
das redes em seus diferentes níveis; da formação e preparação profissional,
considerando-se as necessidades e o perfil dos profissionais para a atuação nas
redes.
Visando à construção
das redes, propomos a criação de Núcleos de Educação Permanente nos serviços; a
formação de docentes em serviços; aproximação dos estudantes das práticas em
serviços; a formação interdisciplinar promovendo a aproximação com as práticas
em serviço visando à construção da clínica ampliada; políticas para manutenção
e fixação das equipes nos serviços e consolidação dos fluxos assistenciais;
articulação da atenção à saúde junto às redes de proteção sociais.
Reiteramos a
importância da relação entre universidades e serviços, alertando para a
necessidade de retomar a participação
dos diferentes segmentos nas instâncias de representação social na saúde e de
politizar as discussões e as ações no campo da saúde.
Como proposta para encaminhamento definiu-se a
constituição de um Fórum Permanente de Saúde, que será realizado em
diferentes municípios da Baixada, sendo que o primeiro encontro ocorrerá no dia
16 de dezembro de 2011 no município de Cubatão, com o tema: Construindo
redes: saúde mental e atenção básica.
Ao
explicitar e debater as várias perspectivas envolvidas na relação
ensino/serviço reforçamos, finalmente, nosso compromisso social para
com a população de nossa região e pelo desenvolvimento de mecanismos visando
assegurar práticas qualificadas e a produção e difusão democrática do
conhecimento científico que reafirmem a
saúde como um direito e conquista para a cidadania.
Santos,
agosto de 2011.
Nenhum comentário:
Postar um comentário