Oficina Pré-Congresso APSP São Bernardo do Campo/SP
Oficina Políticas e práticas de comunicação no SUS: mapear tecnologias e
práticas e constituir rede de comunicação em/para Saúde em São Paulo
Coordenadores: Wilma Madeira [FMABC; IRSSL; ABRASCO] e Marco
Manfredini [APSP]
Segmento: profissionais das áreas de comunicação social
e/ou saúde, que atuam em instituições de saúde ou de comunicação (no Estado de
São Paulo), com ações e produtos relacionados ao tema.
Data/ Período: 22/10/2011 (sábado) das 09h às 17h
Representação dos participantes
o Gênero: 59% mulheres; 41%
homens.
o De onde vem: 59% da Cidade São
Paulo; 35% de outras cidades; 6% de Fora do Estado SP.
o Formação básica dos
participantes: 65% da Comunicação; 35% da Saúde.
o De onde falam: 47% governo;
41% Ongs; 12% IESs.
Resultados
A Oficina “Políticas e
práticas de comunicação no SUS” objetivou mapear tecnologias e práticas
utilizadas na comunicação, da e para a saúde. Por meio da exposição de
resultados da pesquisa nacional “Políticas e práticas de comunicação no SUS:
mapeamento, diagnóstico e metodologia de avaliação”, realizada pela Professora
Inesita Soares Araújo (ICICT/FIOCRUZ), foi possível reconhecer o cenário
nacional da comunicação no SUS, além de constituir um núcleo regional de
comunicação em/para a Saúde no Estado de São Paulo.
Os resultados expostos
apontam para a existência de dois cenários distintos no campo:
Cenário
1: marcado pelas práticas tradicionais; com estruturas de comunicação
frágeis e sem política ou planejamento; característica de “balcão”, com
atendimento de demandas pontuais; com pouca autonomia da comunicação frente às
determinações político-administrativas; com centralização das decisões (prática
dissociada do princípio de descentralização); com centralização também nos
processos de produção e circulação dos produtos comunicacionais (em grande
medida monopolizado pelo governo federal e, num “efeito dominó”, nos estados e
municípios, pelas Secretarias de Saúde, em detrimento de outros atores sociais
e políticos); de forte presença da modalidade “assessoria de comunicação” (ou
de imprensa), como lócus das estratégias e ações, quase exclusivamente focadas
em processos de “comunicação com a mídia” e com objetivo principal de dar
visibilidade a uma gestão (ou mesmo de um gestor).
Cenário
2: marcado pela crescente diversidade de perfis nas equipes de
comunicação, que se constituem de forma multiprofissional; com forte presença
das noções e valores do “mercado” em diversas instâncias (no discurso de
dirigentes e comunicadores, nos critérios para a seleção dos membros da equipe,
nas formas de planejar e nos objetivos a serem alcançados - questão que será
associada à formação dos cursos de comunicação); no qual está questão está
associada a um processo mais amplo de midiatização da sociedade; identificam-se
sinais evidentes na intensa relação entre as organizações de saúde e a mídia,
que nelas desponta como principal estratégia de comunicação e como uma das
principais aspirações, parâmetro e lógica das iniciativas para aumentar a
visibilidade e melhorar as condições de concorrência discursiva, de forma
articulada com a visão de mercado; verifica-se expansão do uso de tecnologias
de informação e comunicação, sobretudo associadas ao trabalho em rede.
Durante a exposição
realizada foi possível reconhecer, diante dos comentários e informações
complementadas entre os participantes da Oficina, que as práticas e as ‘marcas’
dos dois cenários coexistem em nossas instituições no Estado de São Paulo.
Por fim, foi possível
estabelecer elementos que contribuem para uma construção coletiva, de
referenciais e de práticas, mais coerente e compatível com os ideais e
princípios norteadores do SUS.
Ações identificadas como estratégicas:
1.
Mapear, para identificar, a rede de profissionais, e pessoas
interessadas, que trabalham o tema Comunicação na/para a Saúde, objetivando
potencializar a troca de experiências.
2.
Constituição de um núcleo de trabalho de comunicação em saúde na região
de São Paulo, que pode ser um mesmo núcleo de trabalho da APSP e núcleo
regional do GTCom da ABRASCO.
3.
Identificar pontos de convergência entre as pessoas e projetos de
comunicação, reconhecendo projetos que potencializem o trabalho em rede, que
envolva e emocione.
4.
Promover metodologias e ações para apoiar profissionais, trabalhadores
da saúde, e se prepararem e participarem do processo de comunicação na saúde;
possibilitando potencializar o envolvimento desses para a disseminação da
informação, mas também para a politização desse debate.
5.
Divulgar mais e melhor o Sistema Único de Saúde, princípios e pontos
fortes; envolvendo os conselhos de saúde nesse trabalho.
6.
Eleger o marco regulatório da comunicação e o Programa Nacional de
Banda-Larga como temas relevantes, porque geram grandes mudanças sociais e
impactam em ações e condicionantes importantes para o campo da Comunicação e da
Saúde.
7.
Reconhecer o dilema: ‘saúde como direito’ x ‘saúde como mercadoria’ e
enfrentar esse debate.
8.
Incluir o tema da comunicação junto aos demais temas de saúde como forma
de ‘politizar’ a discussão e envolver os conselhos de saúde, ampliando o
debate.
9.
Assumir e debater, se posicionar, quanto aos temas e polêmicos: álcool e
drogas, medicamentos, alimentos, uso da imagem da pessoa ‘saudável’,
sexualização precoce da infância;
Participaram dessa oficina
#
|
Participante
|
Instituição
|
|
01
|
Ana
Carolina Franzon
|
GEMA;
FSP/USP
|
|
02
|
Arquimedes
Pessoni
|
USCS
|
|
03
|
Denise
Condeixa
|
SMS Embu
das Artes
|
|
04
|
Denize
Assis
|
SMS
Campinas
|
|
05
|
Evaldo
Shinji Kuniyoshi
|
SMS-SP
|
|
06
|
Felipe
Moretti
|
Unifesp e Centro Cochrane
|
|
07
|
Helder
Marques de Sousa Coelho
|
SMS São
Bernardo do Campo
|
|
08
|
Inesita
Soares Araújo
|
ICICT/
FIOCRUZ
|
|
09
|
Madalena
Maria Rodrigues
|
SMS
Guarulhos
|
|
10
|
Maria
Cristina Horta Vilar
|
SES-SP
|
|
11
|
Maria
Thereza Viana Reis
|
APSP
|
|
12
|
Marina
Pecoraro
|
CRT-StaCasa
|
|
13
|
Marco
Capitão
|
Conselho
M Campinas
|
|
14
|
Marco
Manfredini
|
APSP;
CRO
|
|
15
|
Rosalía
Manicardi
|
APSP
|
|
16
|
Sueli
Schiavo
|
CRP-SP
|
|
17
|
Wilma
Madeira
|
FMABC; IRSSL;
ABRASCO
|
|
18
|
Worney
Almeida de Souza
|
SMS-SP
|
|
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