segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Homenagem ao João Koch

A União de Movimentos Populares de Saúde – UMPS - é uma organização do movimento de saúde que é construída e articulada desde 1997 com a ajuda de muitas e muitos. Dentre estas pessoas, queremos prestar uma pequena homenagem ao João Koch, falecido no dia 25/12/11.


Sua convicção cristã o levou a atuar nas CEBs no período da didatura e na Pastoral da Saúde. O Compromisso militante o levou a ter participação efetiva na construção do que viria a ser a legislação do Sistema Único de Saúde – SUS. A defesa da participação da sociedade na fiscalização das ações do poder público o levou a ser Conselheiro Municipal de Saúde, representando os usuários, organizar conferências locais de saúde e participar dos Conselhos Gestores da região do Jaçanã/Tremembé.

A convivência possibilitou aprender, trocar e fortalecer convicções. Esperamos que possamos transformar a lembrança em força e seguir, como era o compromisso compartilhado com João Koch, na construção de uma sociedade mais justa, igualitária, saudável e solidária.

Abaixo, reproduzimos um texto elaborado por Rinaldo Brunetti, companheiro de luta do João Koch e membro de sua família.

Em 30 de maio de 1935 nascia o menino João Koch, caçula de oito irmãos, filho de Antonio Koch e Anna Gruber, que depois se tornaria um homem ímpar pela sua postura coerente, justa e honesta diante da vida.

Homem de família, casado com Jonice Koch, com quem completaria neste ano 50 anos de vida matrimonial,  fato raro nos dias de hoje. Um trabalhador que não desistiu diante das dificuldades. Com sua esposa e companheira buscava o bem estar de todos.

De seu lar acolhedor nasceram cinco filhos e 12 netos. Todos eles cresceram e crescem com aquele espírito de união, de alegria, de afeto, marcas registradas dessa família. Quem chega na casa da família de João Koch, logo percebe esse clima. Basta perguntar aos amigos.

E por falar em amigos,  alguns chamavam João Koch de profeta, não porque fazia previsões, mas porque não se calava diante das injustiças. Muito pelo contrário, procurava denunciá-las, apontando outros caminhos, novos ventos.

Enquanto jovem, participou da vida religiosa como congregado mariano, movimento de Igreja Católica que muito ajudou na sua formação como cristão. Tal fato mais tarde fortaleceria a sua vocação na política, não como candidato, mas como cidadão que busca viver a cidadania de forma plena, participando ativamente da sociedade.

Um homem de fé, que participava da Igreja, não simplesmente por ir a missa aos domingos, mas como um católico praticante de fato, que sabia o que queria e seguia em frente. Eram palestras, encontros, assembléias, grupos de reflexão, etc. Mesmo com a perda de dois filhos, João Koch não perdeu a esperança e continuou em frente

A participação na Igreja o levou a outros ambientes,  "para fora das quatro paredes " , como ele dizia. Não se tratava de abandonar a religião e sim de perceber que a missão do cristão era para fora, tomando consciência da sua cidadania e ajudando a construí-la. Seja nas pastorais sociais, nos movimentos sociais, principalmente os ligados à saúde. Esses foram, com certeza, a menina de seus olhos. Por eles, João Koch saiu as ruas, fez campanhas, assumiu compromissos,  participou dos Conselhos de Saúde, lutou em prol de hospitais. Até em Brasília ele chegou,  sempre a favor de uma saúde digna para todos.

A aposentadoria não significou descanso pois, como vimos, João Koch não se limitou a jogar dominó com os amigos na praça. Até porque gostava mesmo era de jogar ludo com a família, nos momentos de lazer. Outra paixão eram os canários, que ele tanto gostava e cuidava com carinho.

Na sua vida, passou por um enfarte, pela a perda de seis irmãos e, durante cinco anos, enfrentou o câncer. Sempre com muita fé, que o animava a não desistir.

Podemos nos perguntar, ele era um homem perfeito? Não, simplesmente um homem que escreveu a sua história. Sujeito a falhas e acertos. Com suas falhas, nos ensinou o que não devemos fazer. Já com os acertos, nos mostrou o exemplo. Para os filhos, netos e amigos, era um homem dedicado à família, à Igreja, à política. Enfim, um homem dedicado à VIDA.

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