12 º
CONGRESSO PAULISTA DE SAÚDE PÚBLICA
ENCONTRO
DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
SÃO BERNARDO DO CAMPO, 22 DE OUTUBRO DE
2011
QUESTIONAMENTO BÁSICO PARA REFLEXÃO: No
território, na implementação das redes de atenção a saúde, como a Vigilância
Sanitária pode ser incorporada?
Aspectos a serem considerados:
1 – Gestão de pessoas (formação
profissional, graduação, educação permanente)
2
– Financiamento
3
– Processo de Trabalho
Pré-Congresso de Saúde Pública da
Região do Grande ABC
IV Fórum de Vigilância Sanitária da
Região do Grande ABC
DOCUMENTO RESUMO
São Caetano do Sul, 06 de outubro de 2011
No
evento foram realizadas duas mesas de discussão, conforme segue abaixo.
Participaram
do evento 246 técnicos de várias localidades e instituições: 144 profissionais
de vigilância sanitária; 86 profissionais de outras instituições; 15
profissionais de instituições de ensino e 2 profissionais do Instituto Adolfo
Lutz.
Mesa 1 – Redes de Atenção à Saúde
As
abordagens foram em relação a: processo saúde doença, redes de atenção à saúde
e formação e gestão de profissionais de saúde, dando ênfase aos seguintes
aspectos:
·
A
concepção do SUS e suas diretrizes para promoção à saúde como a da, garantia de
universalidade, integralidade, equidade ainda hoje nos desafia a implantá-las e
torná-las efetivas. A necessidade de avaliar se o entendimento de saúde pelos
profissionais e gestores está próximo do entendimento da população, pois é para
ela que as ações de saúde se desenvolvem. Nesse âmbito, a educação do profissional
de saúde tem papel fundamental ao inserir nesse processo a integralidade e o
desenvolvimento de competências baseadas em experiências ensino-serviço.
·
A necessidade de
aproximação entre a teoria e a prática, pois a distância entre elas é irritante.
Esta aproximação só se torna palpável quando se trabalha com dados de
determinantes sociais, que indicam as desigualdades para o princípio da
equidade.
·
Programas
sociais estão em movimento para promover a equidade, mas ainda são muito
incipientes.
·
A atenção básica
tem o papel orientador do cuidado na hierarquia do sistema os demais
componentes do sistema devem estar integrados e articulados.
·
É necessário
trabalhar em prol da integralidade rompendo os muros da fragmentação da saúde
(atenção básica, média complexidade, alta complexidade e vigilâncias em saúde).
·
A formação e gestão do profissional da saúde
devem seguir um modelo inovador em que os focos são as comunidades e
organizações, e os profissionais devem ser formados com base no sistema de
saúde, trabalho da equipe e atendimento integral à saúde.
·
Existe a
necessidade de rever o sistema como um todo, para deixar de ser fragmentado, e
isso é uma questão política. Depende da capacidade de mobilização das pessoas,
não deve ser apenas um processo descendente, deve ser ascendente; deve ser
construído e essa construção extrapola as questões da organização de saúde.
QUESTIONAMENTOS E REFLEXÕES NO
ENCERRAMENTO DA MESA 1:
Que escolhas o Estado
de São Paulo está fazendo para fazer o SUS?
Como
as vigilâncias podem auxilia a superar o desafio das iniqüidades?
Como
pensar as vigilâncias e a governança (ações intersetoriais e planejamento
integrado)?
Qual
é o desafio de olhar o Decreto 7508, de 28/06/2011, nas áreas das vigilâncias?
Dentro da rede de
atenção de atenção ao cuidado, vigilância sanitária integrada com atenção
básica, é possível? Como operacionalizar?
Como
romper os paradigmas da formação profissional para romper a fragmentação da
integralidade?
Como superar a
fragmentação das políticas e programas e trabalhar numa rede de atenção à saúde?
DEPOIMENTO DE UM VIGILANTE:
“Como profissional da saúde do setor de prevenção, sinto
dificuldade em situar as ações de meu dia-a-dia com a atenção na rede de
atenção básica ou especialidades, pois nem sempre lidamos diretamente com o
munícipe de forma individualizada e direta. Durante as palestras, que foram
muito interessantes, perguntava-me: onde me encaixo nesse processo? Qual foi
minha surpresa ao perceber que essa impressão não era somente minha, mas de
grande parte dos colegas”.
Acredito que esse é o grande desafio das VISAS, deixar a
margem do SUS para realmente integrar-se a ele no que se refere a
desenvolvimento de práticas na busca pela equidade, na construção de uma rede
de atenção á saúde focada na integralidade e na formação e desenvolvimento
profissional”.
Mesa 2 – Alternativas, Escolhas e
Decisões na Vigilância Sanitária
As
abordagens foram em relação a: vigilância sanitária e demais vigilâncias,
comunicação em vigilância sanitária, gestão do risco e sistema Estadual de
Vigilância Sanitária, dando ênfase aos seguintes aspectos:
·
O que aproxima
as vigilâncias: investigação, apoio laboratorial, perspectiva de riscos ou
fatores determinantes e condicionantes de doenças e agravos, delimitação
territorial, caráter intersetorial.
·
O que diferencia
as vigilâncias são as especificidades das ações: vigilância epidemiológica
recomenda; vigilância ambiental orienta e vigilância sanitária intervém.
·
No processo de
comunicação é preciso usar a linguagem adequada de modo que o processo de
interação entre os atores (autoridade sanitária/empresário/população/imprensa)
não seja prejudicado.
·
É importante
promover ações (análise e planejamento) que levem aos resultados esperados, mas
ciente que existem alguns fatores que não podem ser geridos, afinal são
inesperados.
·
Essas
ações não podem perder o foco nas dimensões inerentes à Vigilância á Saúde, que
são a jurídica, política e tecnológica, cada uma a seu modo, lançando-se como
desafios aos profissionais da área
·
São necessárias
novas formas de pensar, os problemas não podem estar focados em suas causas. É
necessário olhar por diferentes ângulos.
·
Práticas profissionais sob a lógica dos riscos
devem ser cuidadosas, não é possível controlar tudo. É necessário que a rede
seja ampliada de forma fluida, que permite a circulação de informações – ação
inteligente.
·
A
gestão do risco na Vigilância à Saúde deve ter um foco apropriado para que o
que se pretende para que a condução das ações seja direcionada ao bem comum,
que é a prevenção de riscos á saúde.
·
É
preciso ampliar o olhar e analisar as situações do cotidiano de maneira global
e como o homem está inserido nesse contexto e não ter somente o olhar para o
pontual. É preciso também assimilar que nem sempre vamos eliminar o risco, pois
ele sempre vai existir. Muitas vezes vamos controlá-lo ou diminuí-lo e a
comunicação à população desses fatores é primordial
·
Condução na
Vigilância Sanitária não pode ser apenas focada no certo/errado e na lei.
·
SEVISA – Sistema
Estadual de Vigilância Sanitária - foi desenhado de forma a ter o espectro da
vigilância ampliado, considerando a educação permanente, a comunicação e o
controle social, com a participação de todos.
QUESTIONAMENTOS E REFLEXÕES NO
ENCERRAMENTO DA MESA 2:
Revisão
do PAVISA – novo quadriênio. Como garantir que o planejamento seja de forma
ascendente, garantindo que atores envolvidos no processo construir espaços de
discussão no âmbito do território?
Qual
a forma de integração da atenção básica e as vigilâncias? Como fazer? Como sistematizar?
Após
21 anos depois da Lei 8080 e da inclusão do termo risco nessa Lei, e do Decreto
7508, qual é o processo de trabalho da Vig. Sanitária que deve ser articulado
para se possibilitar o trabalho em rede? É possível pensar em rede de proteção
sanitária para atender ao que está disposto no Decreto?
Como tornar os conceitos em práticas de saúde e como mostrar o que
é realizado?
Comunicação e risco:
determinantes ou possibilidades? Iniqüidade ou vulnerabilidade - como pensar as
ações?
É possível visualizar
a questão da humanização e acolhimento nas ações de VISA?
DEPOIMENTO DE UM VIGILANTE:
“Combinados todos esses fatores (papel das VISAS, gestão de
risco, comunicação e pactuações), me vejo como em uma corda-bamba,
equilibrando-me entre a atualização profissional, o cumprimento de metas, a
maneira de analisar, falar e agir sem, contudo, não ferir ou negligenciar
nenhum dos atores envolvidos nesse processo, muito embora, acredito que não
devemos perder o foco no principal, que é o cidadão”.
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